7 de jan. de 2013

Tragédia do trânsito exige solução sem hipocrisia

Mais um feriadão no Brasil e a história se repete. Mortes e mais mortes nas estradas, nessa verdadeira guerra que se trava no trânsito do país. Muito já foi dito sobre o assunto e muito ainda será discutido a respeito dessa tragédia brasileira. Mas ninguém faz nada!  Especialmente no âmbito das autoridades responsáveis pelo setor ou nos parlamentos – onde seus integrantes estão mais interessados em conseguir uma boa colocação para os amigos ou garantir a próxima eleição. Mesmo assim, diante do clamor público, algumas medidas, ainda tímidas, já foram ensaiadas, especialmente no que se refere à mistura de álcool e direção. Porém, infelizmente, apenas isso não basta. É preciso o amadurecimento da sociedade e a verdadeira compreensão sobre o uso do automóvel. Enquanto o carro continuar sendo um sonho de 110 entre 100 brasileiros, a tragédia continuará latente e o futuro será de mais dor entre milhares de famílias.

O problema é anterior. É de educação. Se as pessoas não forem devidamente preparadas para o uso normal e racional do carro como um instrumento de locomoção e não como significado de status (no Brasil, quem não tem carro é “chinelão”), a tendência é de que continuemos a chorar os milhares de mortos em acidentes de trânsito de toda a ordem. E existem duas formas de implantar essa necessária educação. Uma é através do sistema de educação, onde seja possível promover o devido preparo dos futuros motoristas, destacando suas responsabilidades legais e morais para com o trânsito e para com as outras pessoas. As crianças precisam aprender desde cedo que o carro serve para levar de um lugar para outro e não representa sinônimo de riqueza ou importância social. É apenas um veículo, que pode ter maior ou menor conforto, mas não passa disso em qualquer circunstância.

A outra forma é implantar uma legislação forte e altamente punitiva, com aplicação a todos os infratores, independente de classe social ou procedência política. Vários países apresentam exemplos concretos de que essa medida pode dar resultados positivos. Precisamos acabar com o paternalismo de, por exemplo, exigir em lei que a autoridade informe onde existam ações fiscalizadoras. Parece evidente que nesses locais ninguém cometerá infração de qualquer espécie, tornando inócuo o trabalho fiscalizador. É a sublimação da hipocrisia que assola nossa sociedade, onde um segmento faz que fiscaliza e o outro faz de conta que é fiscalizado. Mas as mortes, nesse caso, são reais e doloridas.

Ou tratamos com seriedade essa questão, abandonando paternalismos para aplicar rigorosa legislação punitiva aos infratores, assim como promovendo eficaz processo de educação dos motoristas, ou corremos o risco imediato de um caos sem retorno diante do enorme contingente de veículos que se integram ao trânsito diariamente, com seus motoristas despreparados, cientes da impunidade e imaginando serem os donos do mundo por terem alcançado o sonho de comprar um carro.

Com a palavra, as autoridades dessa área.

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